Fernando Pessoa
Fernando António Nogueira Pessoa,conhecido como Fernando Pessoa,nasceu em Lisboa, 13 de Junho de 1888. Este homem foi extremamente importante pra a literatura brasileira é conhecido em muitos países e já morou na África, mas o lugar onde deixou a sua história foi no Brasil.
O parto ocorreu no quarto andar direito do n.º 4 do Largo de São Carlos, em frente à ópera de Lisboa (Teatro de São Carlos). O pai (Joaquim de Seabra Pessoa) natural de Lisboa, era funcionário público do Ministério da Justiça e crítico musical do Diário de Notícias. A mãe( D. Maria Magdalena) Pinheiro Nogueira Pessoa, era natural dos Açores (mais propriamente, da Ilha Terceira). Viviam com eles a avó Dionísia, doente mental, e duas criadas velhas, Joana e Emília. Fernando nascera em uma família simples.
Depois de Camões (poeta de Portugal, considerado uma das maiores figuras da literatura em língua portuguesa e um dos grandes poetas do Ocidente) Fernando estava como um dos maiores poetas da Lingua Portuguesa e com tantas obras traduzidas em tantos idiomas acabou se tornando um Poeta universal.
Foi educado na África e lá aprendeu a língua inglesa, grande parte de seus trabalhos estão neste idioma. Mantendo contacto com a literatura inglesa através de autores como Shakespeare, Edgar Allan Poe, John Milton, Lord Byron, John Keats, Percy Shelley, Alfred Tennyson, entre outros. O Inglês teve grande destaque na sua vida. Sua Ida para Africa foi porque sua mãe estava se casando, somente depois foi traduzindo varias obras para o português. Além de poeta e um grande escritor Fernando Pessoa trabalhou em muitas firmas em Lisboa, chegou a ser também empresário, editor, crítico literário, jornalista, comentador político, tradutor, inventor, astrólogo e publicitário
.
Antes de morrer previu que as pessoas fariam sua biografia.
‘’ Se depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia,
Não há nada mais simples.
Tem só duas datas - a da minha nascença e a da minha morte.
Entre uma e outra todos os dias são meus.’’
‘’Em Horas inda Louras, Lindas Em horas inda louras, lindas
Clorindas e Belindas, brandas,
Brincam no tempo das berlindas,
As vindas vendo das varandas,
De onde ouvem vir a rir as vindas
Fitam a fio as frias bandas.’’
Clorindas e Belindas, brandas,
Brincam no tempo das berlindas,
As vindas vendo das varandas,
De onde ouvem vir a rir as vindas
Fitam a fio as frias bandas.’’
Fernando António foi batizado em 21 de Julho na Basílica dos Mártires, ao Chiado, tendo por padrinhos a Tia Anica (D. Ana Luísa Pinheiro Nogueira, tia materna) e o General Chaby. Seu nome é em homenagem a Santo António logicamente por ter nascido bem no período que acontece a festa. A sua infância e adolescência foram marcadas por fatos que o influenciariam muito suas obras e seu futuro. Fernando tinha apenas cinco anos quando seu pai morreu ás cinco horas da manhã de 24 de Julho de 1893, com 43 anos, vítima de tuberculose. A morte foi anunciada no Diário de Notícias do dia. O irmão Jorge viria a falecer no ano seguinte, sem completar um ano.
A mãe vê-se obrigada a leiloar parte da mobília e muda-se para uma casa mais modesta, o terceiro andar do n.º 104 da Rua de São Marçal. Foi então que Fernando descobriu que por meio da escrita poderia se tornar outras pessoa, neste momento de sua vida concluímos que os heterônimos de Fernando Pessoa era uma válvula de escape,uma forma de dividir sua personalidade em personagens. Neste período que surgiu o primeiro heterônimo de Fernando Pessoa, Chevalier de Pas, fato relatado pelo próprio a Adolfo Casais Monteiro, numa carta de 1935, em que fala extensamente sobre a origem dos heterônimos.
Ainda no mesmo ano, escreve o primeiro poema, um verso curto com a infantil epígrafe de À Minha Querida Mamã. A mãe casa-se pela segunda vez em 1895 por procuração, na Igreja de São Mamede, em Lisboa, com o comandante João Miguel Rosa, cônsul de Portugal em Durban (África do Sul).Em África, onde passa a maior parte da juventude e recebe educação inglesa, Pessoa viria a demonstrar desde cedo talento para a literatura.
Volta à África
"Navegar é preciso; viver não é preciso."
Fernando Pessoa permanece em Lisboa, enquanto todos (mãe, padrasto, irmãos e criada) regressam a Durban. Assim volta sozinho ao país em que nasceu suas primeiras obras ao vapor Herzog. Matricula-se na Durban Commercial School, escola comercial de ensino noturno. Ao dia estudava as disciplinas humanísticas para entrar na universidade. Nesse período, tenta escrever contos em inglês alguns até hoje inacabados, alguns dos quais com o pseudônimo de David Merrick.
Pessoa e o ocultismo
"Criei em mim várias personalidades. Crio personalidades constantemente. Cada sonho meu é imediatamente, logo ao aparecer sonhado, encarnado numa outra pessoa, que passa a sonhá-lo, e eu não."
‘’O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.’’
Ricardo Reis nasceu no Porto. Educado em colégio de jesuítas, é médico e vive no Brasil desde 1919, pois expatriou-se espontaneamente por ser monárquico. É latinista por educação alheia, e um semi-helenista por educação própria.
''Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive. ''
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive. ''
Ricardo Reis, 14-2-1933
Alberto Caeiro é considerado o mestre de todos os heterônimos de Fernando Pessoa. É extremamente parecido com Fernando inclusive também nascido em Lisboa, mas viveu quase toda a sua vida no campo. Não teve profissão, nem educação quase alguma, só instrução primária; morreram-lhe cedo o pai e a mãe, e deixou-se ficar em casa, vivendo de uns pequenos rendimentos. Vivia com uma tia velha, tia avó. Morreu tuberculoso.
‘’DA MINHA ALDEIA
vejo quando da terra se pode ver no Universo....
Por isso a minha aldeia é grande como outra qualquer
Porque eu sou do tamanho do que vejo
E não do tamanho da minha altura...
Por isso a minha aldeia é grande como outra qualquer
Porque eu sou do tamanho do que vejo
E não do tamanho da minha altura...
Nas cidades a vida é mais pequena
Que aqui na minha casa no cimo deste outeiro.
Na cidade as grandes casas fecham a vista a chave,
Escondem o horizonte, empurram nosso olhar para longe de todo o céu,
Tornam-nos pequenos porque nos tiram o que os nossos olhos nos podem dar,
E tornam-nos pobres porque a única riqueza é ver.’’
Que aqui na minha casa no cimo deste outeiro.
Na cidade as grandes casas fecham a vista a chave,
Escondem o horizonte, empurram nosso olhar para longe de todo o céu,
Tornam-nos pequenos porque nos tiram o que os nossos olhos nos podem dar,
E tornam-nos pobres porque a única riqueza é ver.’’
Alberto Caeiro, em "O Guardador
Este nasceu em Tavira, teve uma educação vulgar de Liceu; depois foi mandado para a Escócia estudar engenharia, primeiro mecânica e depois naval. Numas férias fez a viagem ao Oriente de onde resultou o Opiário.
''Encostei-me
Encostei-me para trás na cadeira de convés e fechei os olhos,
E o meu destino apareceu-me na alma como um precipício.
A minha vida passada misturou-se com a futura,
E houve no meio um ruído do salão de fumo,
Onde, aos meus ouvidos, acabara a partida de xadrez.
E o meu destino apareceu-me na alma como um precipício.
A minha vida passada misturou-se com a futura,
E houve no meio um ruído do salão de fumo,
Onde, aos meus ouvidos, acabara a partida de xadrez.
Ah, balouçado
Na sensação das ondas,
Ah, embalado
Na idéia tão confortável de hoje ainda não ser amanhã,
De pelo menos neste momento não ter responsabilidades nenhumas,
De não ter personalidade propriamente, mas sentir-me ali,
Em cima da cadeira como um livro que a sueca ali deixasse.
Na sensação das ondas,
Ah, embalado
Na idéia tão confortável de hoje ainda não ser amanhã,
De pelo menos neste momento não ter responsabilidades nenhumas,
De não ter personalidade propriamente, mas sentir-me ali,
Em cima da cadeira como um livro que a sueca ali deixasse.
Ah, afundado
Num torpor da imaginação, sem dúvida um pouco sono,
Irrequieto tão sossegadamente,
Tão análogo de repente à criança que fui outrora
Quando brincava na quinta e não sabia álgebra,
Nem as outras álgebras com x e y's de sentimento.
Num torpor da imaginação, sem dúvida um pouco sono,
Irrequieto tão sossegadamente,
Tão análogo de repente à criança que fui outrora
Quando brincava na quinta e não sabia álgebra,
Nem as outras álgebras com x e y's de sentimento.
Ah, todo eu anseio
Por esse momento sem importância nenhuma
Na minha vida,
Por esse momento sem importância nenhuma
Na minha vida,
Aqueles momentos em que não tive importância nenhuma,
Aqueles em que compreendi todo o vácuo da existência sem inteligência para o compreender
E havia luar e mar e a solidão, ó Álvaro. ''
Aqueles em que compreendi todo o vácuo da existência sem inteligência para o compreender
E havia luar e mar e a solidão, ó Álvaro. ''
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